quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Idealizando o diferente

Estamos constantemente sendo bombardeados por informações. A cada dia, os jornais noticiam que um padrão novo deve ser seguido: uma hora deve se comer isso, outra não se pode comer aquilo! Parecemos bois conduzidos por um grande pastor.

Vivemos dia a dia numa enxurrada de novos modismos e tendências as quais, quando seguimos, nos faz parecer integrados com a massa de pessoas a nossa volta. Não seguir a massa é penoso demais! Temos que abrir mão de muitas coisas, dentre elas o nosso processo de individuação!

Ser diferente é incômodo! Não só para os outros, mas muito também para nós mesmos... Não me recordo de uma pessoa que tenha percebido isso que tenha tido uma vida tranquila... Terminaram sempre ou mortos pelos homens ou mortos por eles mesmos através de drogas ou bebida! O fato é que aquele que se diferencia da "massa" sempre paga um alto preço...

Não, esse ser diferenciado definitivamente não sou eu. Não faço parte do time dos diferenciados e conheço poucos que o são. Não preciso usar nem meia mão para contar. Para ser diferenciado é preciso compreender determinadas coisas que estão além daquilo que aparentamos ser. Ser diferenciado é quase um caminho para a loucura... é talvez entender que não precisamos agradar a ninguém concordando com cada ponto de vista... Por que afinal estamos vez por outra concordando por conveniência!

... e não é só isso! Cada vez mais somos menos sinceros! Mentimos a todo instante para contornar o que é penoso para a gente. Criamos jogos de convivência porque é penoso para as pessoas sermos sinceras umas com as outras! Como diz Oscal Wilde: "...para sermos populares é indispensável sermos medíocres!"

É incrível como numa conversa envolvendo muitas pessoas, a concordância da maioria pode abafar boas idéias! Temos vergonha de defender nossas idéias, porque argumentar é sinônimo de polêmica. Quem argumenta demais é polêmico! As pessoas "diplomáticas" concordam sempre, mesmo que discordem. Acho que de fato algumas são até inteligentes, pois sabem onde querem chegar com isso... Mas, sinceramente? A maioria faz isso por puro comodismo...

Parece que vivemos aquela sociedade pintada por Aldous Huxley em "Brave New World", há quase 80 anos atrás. Temos que parecer integrados, sermos iguais em cada casta social que vivemos. Quebrar paradigmas verdadeiramente não é a palavra de ordem! Enquanto isso, quem dita as regras do novos paradigmas é quem sae na frente e nos conduz, determinando a maneira de pensar da maioria!

O fato é que ser diferente é ser autêntico e dá trabalho, muito trabalho...

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