domingo, 26 de outubro de 2008

Espelho, espelho meu...

Nada do que as pessoas me dizem é desinteressante para mim. A reação a cada palavra obviamente difere de acordo com meu estado de espírito ou o teor que percebo de cada frase, mas tudo me interessa...

Interessa principalmente porque pretendo um dia poder criar uma visão original e única do mundo ao meu redor, e isso deve ser pautado principalmente pelos sentimentos de raiva, compaixão, amor e tantos outros que passaram por minha alma quando ouvi determinados comentários ao meu respeito e a respeito de outras pessoas ou coisas. Esta visão deve ser tão abrangente que possa me permitir encontrar o vazio do "Go rin no sho" de Musashi ou o caminho do meio de Jung ou até mesmo conseguir entender os designios do meu "daemon" socrático!

Cada vez que reajo a um comentário ou uma atitude de uma pessoa à minha frente, conheço-me ainda mais, mas ainda é insuficiente! Insuficiente, pois ainda não encontrei a cola que une todas estas facetas que formam as reações da minha personalidade única e intransferível, como uma digital, que infelizmente não pode ser mostrada para outras pessoas sob pena dos mais estúpidos julgamentos ou as mais anímicas tentativas de compreensão de mim mesmo!

É por isso que o que cada um diz para mim é importante para eu compreender o que é verdade ou mentira na expressão do outro e compreender o que é verdade ou mentira em mim mesmo, como se eu só pudesse me apropriar de fato, através de um espelho, na reação que o outro tem de mim mesmo!

Enquanto eu não atingir meus arquétipos e mitos que comandam a minha vida, não deixarei de ter interesse no que os outros dizem, porque por mais estúpidas que sejam as palavras ou atitudes daqueles que me cercam, elas representam o que há de melhor para a solução das minhas representações externas! Depois disso, creio que estarei livre para pensar sem moletas!

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