sábado, 2 de janeiro de 2010

Uma pitada de palpite, por favor!

Imaginemos a seguinte situação: 20 pessoas da mesma família tentando decidir aonde jantar! A princípio, isto parece algo simples. Mas, na verdade, sabemos que quase sempre esta é uma tarefa inglória, principalmente quando essas 20 pessoas costumam conviver pessoalmente!

É engraçado como a dinâmica da maioria das famílias envolve uma série de questões! Quando convivemos com pessoas há muito tempo, essas questões se multiplicam, e aquela velha máxima "dê dinheiro, mas não dê intimidade" parece não resolver neste caso...

Temos que conviver com nossos velhos palpiteiros conhecidos, e nosso queridos familiares sentem-se no direito, e até no dever, de "palpitar". O palpite é uma coisa que flui das pessoas. Há aqueles que vêem disfarçados com frases rodeantes no início, há aqueles outros que são mais diretos e não disfarçam a arrogância de certas pessoas em fornecer suas opiniões, há aqueles que sempre começam com sentenças do tipo: "não quero me intrometer, mas..." ou "se eu fosse você..." ou "conheço um caso que..."; enfim disfarces para dizer o que pensa, rezando para que você concorde e até mude de opinião!

Não importa o estilo, família gosta de palpitar. Quando então se trata do destino dos netinhos, então... Esses são o diamante de toda a família! É assunto para todos os almoços de domingo, quando cada um lembra dos "calsos" para demonstrar seus pontos de vistas.

É interessante como às vezes trocamos favores por palpites. Explico-me. Lembra quando nossos pais tinham que resolver algo, ou mesmo decidiram ir ao cinema e deixa seus filhos com os avós? Pronto, tai um favor pedido, e em troca um palpite de brinde. "Minha(o) filha(o), com você a coisa foi diferente. Você devia fazer isso ou aquilo..."

Enfim, o palpite é condição necessária e suficiente para se coexistir em família. O mais interessante de tudo é estar aberto para ouvir e perceber o que se está por trás dele. Não devemos brigar ou contrariar. Devemos perceber que aos avós cabem a tarefa de "deseducar", mas a nós cabe usar essa deseducação a nosso favor, ou seja, sabendo a hora certa de intervir e orientar como achamos que deve ser! O que acredito que precisamos evitar é deixar que nosso comodismo nos leve a situações onde perdemos o leme da educação de nossos filhos. Isso sim é um caminho sem volta!