Acabei de assistir a uma palestra sobre Mozart! Rapaz interessante, este Amadeus Mozart. Conseguia compor ao realizar tarefas banais, como andar de carruagem ou ensinar piano. Parecia que seu gênio criativo estava em constante ebulição! Viveu apenas 38 anos para fazer história...
Será que se vivesse nos dias atuais, seria assim também? É certo que viveria mais, pois poderia frequentar academia, comer comidas mais selecionadas e até dispor de medicina mais especializada... Ai fico pensando: será que a genialidade iria aflorar? Ainda mais se tivesse internet em casa, quase certo que não poderia colocar suas músicas em seu site pois os direitos autorais seriam violados! E se o próprio Requiem dizem que foi roubado pelo seu arqui rival, imagina o que aconteceria na internet... Nem saberíamos quem seria o Amadeus!
Definitivamente, não. Ele não seria um gênio! Estaria demais envolvido em distrações, e não haveria a atmosfera apaixonante da época - o que falta em nosso tempo! As pessoas só se apaixonam pelas próprias projeções delas mesmas em seus amantes. Paixão por um ideal ou pensamento, em nossos dias, parece ser coisa rara e quase sempre dura o tempo suficiente para se ganhar dinheiro com uma idéia. Acho que o gênio apaixonante e apaixonado de Mozart, Beethoven, Shubert teve uma época e lugares certos! Hoje, não há espaço para essas coisas...
Vivemos numa era dos descartáveis! Numa época que tudo é manipulado, desde os transgênicos até os "realities show" das TVs. Tudo dura o tempo suficiente para estar na moda!
Acho que a condição de gênio é mais que ser meramente muito inteligente em uma determinada área, é estar de certa forma consciente da sua paixão e o que ela causa para a humanidade... Longe de mim pensar que sou um gênio, sou consciente demais dos meus erros para isso! A genialidade definitivamente não é privilégio de uma criança que com 3 anos decora todos os livros pela frente ou consegue memorizar a tabuada até 9834 vezes 13807! A genialidade tem que expressar algo mais, uma verdade quase absoluta na cabeça do gênio e que ninguém sabe explicar ou fazer igual, mas sabe que é melodia para os ouvidos, fulgor para os olhos e originalidade para as mentes! Tem que ter paixão... Aquele acreditar naquela verdade mais profunda de sua mente, e que vai além da mediocridade do dia-a-dia! Jung já dizia que se fosse expressar tudo que lhe ia na cabeça, quantas asneiras sairiam... É uma pena que hoje em dia só conseguimos enxergar o banal, o imediato.
Até culturalmente, as sociedades mundiais têm se igualado em meros sacos plásticos, onde mudam-se os nomes, mas a essência é a mesma: falta de paixão!
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