terça-feira, 21 de outubro de 2008

O não fazer sentido

Tudo na ciência tem que fazer sentido! Esperamos que isso ou aquilo tenha algum sentido e buscamos mesmo por isso.

Quando nos deparamos com um problema que não faz sentido ou aparentemente não nos leva a parte alguma, costumamos utilizar a palavra "estranho" e seguimos nosso caminho... Estranho é o que mais ouço de meus colegas quando algo "não faz sentido" para eles! Eu mesmo já usei muito esta palavra... Depois comecei a perceber que este é um ótimo recurso para escondermos nossa ignorância e comodismo para compreender o que está na nossa frente. Parei de usá-la! Agora, simplesmente, resolvi que não utilizo mais ela. Quando não compreendo algo, simplesmente perco o sono e vejo como é penoso e trabalhoso compreender seriamente algo novo!

Por mais que nos esforcemos para nos contentarmos com algum conhecimento de alguma coisa, parece que mais nos enganamos, pois ainda falta muito para compreender! Tenho descoberto que, por outro lado, a melhor forma de se sentir menos insatisfeito com algo é reconhecer que aquilo não faz sentido!

E realmente nada parece fazer sentido visto de muito perto! Porque para fazer sentido precisaríamos ser oniscientes e enxergar todas as relações de uma determinada questão antes, durante e depois que ela acontece. E isto é obviamente impossível! O fazer sentido, portanto, é algo que utilizamos para parar de pensar sobre uma determinada questão; é o ser "estranho" que carimbamos e nos voltamos para outras questões que mais nos interessam, porque caso contrário poderíamos entrar numa reflexão sem fim e perder o sono!

O não fazer sentido é necessário e a medida de até onde devemos utilizá-lo para parar de refletir é diretamente proporcional a nossa força mental e inversamente proporcional ao nosso grau de auto-engano! Sendo totalmente sinceros, a busca por uma resposta coerente não terminaria nunca, pois a satisfação de obter uma resposta seria sempre frustrada à medida que visualizássemos outro ângulo da questão!

O não fazer sentido, portanto, pode ser apenas um começo para uma reflexão maior ou uma dica para seguirmos outro caminho ou, até mesmo, quando somos mais comodistas, uma forma de pararmos de pensar sobre um problema. Em quaisquer um dos casos, o que determina a nossa parada é o grau de sinceridade para com nós próprios!

Faz sentido?

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