quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Papo de poeta

Enquanto crescemos fisicamente (desde bebê até a idade adulta) e durante o nosso processo de aprendizagem (principalmente na primeira infância), parece que cada um vai criando estratégias próprias para reter o conhecimento! Uns demoram mais, como se aquele determinado conhecimento tivesse que ser esmiuçado a tantas partes que fosse necessário passar mais e mais tempo a ver cada ângulo; outros são mais rápidos, como se soubesse de antemão que voltaria aquela situação mais uma vez na vida e os ângulo se abririam para eles.

Enfim, cada um tem um aspecto singular de perceber a vida, uns mais superficiais, outros mais perspicazes... O interessante nessa história é que quando nos tornamos adultos, algumas coisas já nos parecem intrínsecas. Com o passar do tempo, mais e mais prestamos atenção menos e menos. E a vida parece começar a perder a graça! Parece que precisamos, nessa altura, de mais e mais estímulos externos, enquanto menos e menos sentimos o conforto de caminhar com passos seguros.

Alguns não param para pensar nisso, já que suscitar dúvidas é fazer brandir as bases de uma pseudo-segurança. Mas como dizia Jung: "Tudo aquilo que não enfrentamos em vida acaba se tornando o nosso destino"! Há aqueles outros que preferem viver numa roda de auto-engano, imaginando que é mais fácil acreditar que um dia tudo será diferente (nem que seja por vias Extra-Terrestres!). Há aqueles ainda que se enlamam em considerações filosóficas tão pessimistas que terminam se tornando escravo de seu próprio estilo de vida! Por fim, ainda existem pessoas que aparentemente vivem com um sorriso plantado no rosto como se tudo tivesse bem. Nenhum desses tipos são ilibados da roda do progresso. Enquanto não nos dermos conta do que somos, sempre seremos empurrados em algum instante a pensarmos sobre a VIDA.

Acho que é aqui onde quero chegar. Por que precisamos criar artifícios para viver? Que raio de "Matrix" é essa que vivemos, que para nos sentirmos minimamente bem, precisamos continuar a fugir de nós mesmos? Acho que essas perguntas estão dentro do verniz social em que vivemos! Não devemos ser sinceros, pois as pessoas podem não ter capacidade para compreender nossa sinceridade. E não o sendo, acabamos também por não sermos sinceros com nós mesmos... Assim o círculo de enganos e auto-enganos vão se formando, quer dizer acho que mais seriam espirais!

Acho que essa conversa toda é meio "non-sense", ou talvez "semi-sense"? Para alguns devem fazer sentido, para outros deve ser apenas "papo de poeta", mas o que parece ser concreto nisso tudo é que cada vez mais vejo gente fugindo da sua própria realidade: Criam famílias mas as põem de lado pelo trabalho; usam suas inteligências para acumular bens e poder, mas não podem desfrutar dos bens e do poder apenas o utilizam em benefício próprio; criam amizades superficiais que parecem degenerar-se a um mínimo abalo no status social, e por ai vai... Pode ser "papo de poeta" mas tudo tem um preço e o destino parece criar condições para nos mostrar quando não nos enfretamos...

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