Desde que meu filho nasceu, ele dormia em meu peito, ainda em nosso quarto... Quando tinha cólica, ele dormia melhor em meu peito... Acho que era questão de anatomia: pequenininho, ficava todo tordo naquele abaulamento chamado peito de minha esposa!
O tempo passou, ele cresceu um bocadinho, e vi meu mundo cair quando ele chorou pela primeira vez em meus braços, na hora de dormir! Só acalmou quando foi para os braços da mãe. A partir dai, poucas vezes consegui colocá-lo para dormir, pois sempre chorava pela mãe: e só ela o acalmava! Claro que isso me fez ficar muito frustrado e um pouco ciumento. Não entendia o porquê dele não conseguir acalmar comigo.
Ele sempre riu das minhas brincadeiras, mas a mãe era o porto seguro. Com o tempo, fui me conformando e sabia que a relação parental era diferente com cada um dos pais. Afinal, a mãe nutria-o. Minha esposa sempre foi muito carinhosa e sempre me confortou, tentando me fazer compreender que esse é geralmente o caminho mais natural dos bebês...
E enfim, chegaram os 8 meses! Decidi firmemente, depois de uma demonstração de apego na hora da saída para a universidade, quando meu filho não queria mais me deixar ir embora, que iria passar a noite cuidando dele! Minha esposa já reclamava de cansaço, então uni o útil ao agradável!
Nessa noite, ele acordou praticamente de hora em hora. Mas cada vez que ele acordava e via o pai perto dele, parecia que transformava as primeiras feições de surpresa em contentamento. A primeira acordada foi muito rápida, voltou a dormir com alguns tapinhas no bumbum. A segunda foi mais intensa, estava com fome. E foi dando a mamadeira que ele olhou pela primeira vez pra mim com um olhar de surpresa em ver o pai naquela noite... Tomou toda a mamadeira e, novamente, depois de alguns tapinhas, voltou a dormir! E assim foi até as 06:20 da matina! Tudo escuro resolveu acordar para brincar, e ficou na cama se divertindo com o pai!
Foi um momento mágico! Nenhum escândalo costumas de todas as noites quando acordava sentindo falta da mãe! Naquela noite, era só eu e ele... E a manhã terminou com os homens da casa indo para a natação: dessa vez sem a mamãe. E não queria me largar mais, até no vestiário, quando ia me vestir para a aula.
Essa madrugada descobri duas coisas importantes: a primeira, quanto minha esposa abdicou de noites e noites para acalentar e nutrir nosso pequeno; sendo isso tão cansativo, sempre o fez com toda a dedicação, muitas vezes com dores nos braço. A segunda é que fazer nosso pequeno rir sempre foi fácil durante o dia, até dava gargalhadas com minhas palhaçadas, mas nunca tinha experimentado um sentimento tão intenso como senti quando fui "pai de madrugada"...
2 comentários:
Você é um super-pai 24hs do dia!!!
apaixonante!
não consigo encontrar outra palavra para o texto que acabei de ler...
Parabéns, você é a prova viva que existem pais que também são mães!
amei! estarei sempre aqui.
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