Recentemente, vi uma entrevista do jogador do Botafogo, o Seedorf, que dizia que não tinha nenhum respeito por essa malandragem brasileira de simular pênaltis para enganar o árbitro. De fato, esta parece ser uma tendência do futebol brasileiro. Quando não se tem mais jeito, o jeito é "cavar faltas perto ou dentro da grande área.
No futebol, como na vida, parece que cá nas terras brasileiras, precisamos sempre cavar pênaltis, onde o objetivo é ganhar de qualquer forma e "parecer" vitorioso, sem se preocupar com os meios. Seja em competições de artes marciais, quando se rala a barba para irritar e desestabilizar o adversário, seja em ambiente profissional quando se consegue contratos, em empresas, por intermédio de "jeitinhos" (nada, honestos, diga-se de passagem).
Este paradigma brazuca reflete-se portanto pervasivamente em todos os setores da sociedade e, obviamente, também nas escolhas de cada um. Qual o verdadeiro motivo de se votar em um candidato? Pouca gente consegue mostrar argumentos para isso. O pior é que muitas vezes ainda depositamos tanto em um candidato que esquecemos que a governança deve partir primeiramente do povo, com questionamentos, cobranças e atitudes de cidadania, e um desejo concentrado que uma cidade seja melhor.
No âmbito acadêmico, o que vemos, generalizadamente, é um microcosmo do que acontece na política brasileira. Grupos disputando o poder pelos institutos e departamentos. Conferências que estipulam prêmios para os comitês organizadores e artigos aceitos de grupos coligados, apenas para citar alguns exemplos. O pior é que isto não parece só acontecer no Brasil, sendo possível ser visto mundialmente.
Precisamos formar esta nova geração com uma moral mais rígida. Percebo que, de fato, isto parece ocorrer com mais frequência. Os filhos desta nova geração parecem vir mais esperto, mais vívido e, naturalmente, com um senso ético e moral amplamente consistente já desde os primeiros anos de vida. Torço realmente que esta nova geração mude nosso planeta, trazendo-nos a relação de ganhos múltiplos, o contrário do ganha-perde da atual. E, sem dúvida, precisamos cada vez mais tratar o assunto "poder" com tanta ou mais naturalidade que já acontece com o assunto "sexo".