Ontem foi o dia tão esperado para nós torcedores do Flamengo: Hexacampeão!
Sou torcedor do Flamengo desde 1979, quando comecei a gostar de futebol. Tinha 7 anos, e comecei a torcer para o Flamengo por puro acaso. Como gostava daqueles "cards" que vinham naqueles chicletes enormes da época, calhou de vir mais jogador do Flamengo em minhas gomas de mascar. Como sou muito competitivo, queria mostrar que o time que tinha nas mãos era melhor que o Vasco do meu amigo de infância!
Coincidência do destino ou não, o Flamengo só ganhava na década de 80! Era o "dream team" do Brasil e a rede Globo só falava do Flamengo! E realmente, o time era o maior... Foi tetracampeão brasileiro só naquela década!
Veio a década de 90, e veio também o fim dessa era. Fora 92, quando foi mais uma vez campeão, o Flamengo vivia no meio ou quase no fim da tabela! Até hoje não sei como nunca caiu para a segunda divisão!
Ontem, aconteceu um milagre: Flamengo com Andrade como técnico, ganhou um campeonato! E parece ter sido algo mesmo sem explicação de como aconteceu (um milagre)! Sem organização, com uma dívida de 300 milhões de reais, com um time que fora alguns poucos jogadores (e não estou falando só de Petkovic, Adriano e Maldonado), possuia um elenco bem "meia boca", o flamengo ganhou o título. Ponto para o Andrade que mostrou ser um líder e tanto! Com humildade e perseverança, soube conduzir o Flamengo nas adversidades...
Ponto. Aqui paramos para falar de uma coisa que é marcante em nós brasileiros: ganhar na adversidade! Pra mim, ganhar na adversidade é ganhar uma vez e ter que esperar mais 17 anos para ganhar de novo (quem sabe?); é ganhar na raça, sem planejamento, organização ou metas; é atirar 1000 vezes para conseguir acertar uma e mesmo assim nem olhar para a flecha quando lançar!
Enfim, infelizmente, é a herança que carregamos conosco, que nos impede muitas vezes de saber para onder vamos, para onder queremos ir. Obviamente, não creio que os Alemães são modelo para ninguém. Viver numa sociedade tão grande e hiper-planejada deve ser uma loucura, não daria certo no Brasil, e não acho que dê realmente certo por lá. Mas por que não aliar o útil ao agradável? Por que não sermos mais responsáveis naquilo que fazemos, sem nóias, nem roubalheiras (como acontece no futebol hoje em dia do Rio de Janeiro e muitos outros estados)?
Acho que enquanto acreditarmos que o sofrimento de vencer nas adversidades pode ser o único a levar-nos ao prazer da vitória, o Brasil continuará a fomentar essas personalidades que nos comandam, fazendo-nos bonecos de interesses diversos...